A tosse, especialmente a tosse noturna, é um dos incómodos que acompanham as constipações. Foram efetuados dois estudos que evidenciam como uma barreira químico-mecânica pode proteger a mucosa, promover a cura e, deste modo, aliviar a tosse.
A tosse, especialmente a tosse noturna, é um dos incómodos que acompanham as constipações. Foram efetuados dois estudos que evidenciam como uma barreira químico-mecânica pode proteger a mucosa, promover a cura e, deste modo, aliviar a tosse.
Os sintomas da tosse numa constipação aguda são desencadeados essencialmente por uma hipersensibilidade neuronal do reflexo da tosse. Rinovírus, bactérias ou substâncias irritantes conduzem a processos inflamatórios nas terminações nervosas da mucosa e a neuromodulação das membranas mucosas afetadas. Se a mucosa puder ser protegida de substâncias nocivas e de outros fatores prejudiciais, consegue recuperar e curar-se a si própria. As substâncias mucoadesivas – como os polissacarídeos à base de plantas ou o mel – que se depositam como uma película protetora sobre a mucosa, são agentes adequados. Além de proporcionarem proteção física, têm um efeito hidratante, liquefazem o muco pegajoso e facilitam a expetoração. Como antioxidantes, os flavonoides ligam os radicais livres que se podem desenvolver no corpo em resultado da infeção.
Um estudo multicêntrico, em ocultação simples e aleatorizado, que foi publicado no “World Journal of Pediatrics” investigou, na tosse das crianças [1], os efeitos de um xarope mucoprotetor para a tosse, cujos ingredientes incluíam polissacarídeos à base de plantas, mel e flavonoides. 150 crianças com idades compreendidas entre os 2 e os 5 anos foram incluídas no estudo, que comparou este xarope, um medicamento à base de ingredientes naturais, com um xarope de carbocisteína. Foram considerados os efeitos na tosse diurna e noturna que acompanham uma infeção aguda do trato respiratório superior. Foi dada uma atenção especial a qualquer melhoria na tosse noturna. Para esse efeito, foi comparada a noite anterior ao começo da medicação em estudo, com a noite após o início desta. Depois de apenas um dia de uso, foram notadas diferenças significativas entre a preparação à base de plantas e a carbocisteína no que respeita a todos os parâmetros estudados (ver figura). A primeira reduziu os acessos de tosse cerca de cinco vezes mais do que a medicação comparativa e o xarope ativo evidenciou um efeito doze vezes melhor, em termos de episódios de tosse noturna.
Figura: redução da gravidade e frequência da tosse ao fim de 24 horas. Vermelho: xarope ativo (xarope para a tosse à base de mel de resina polissacarídica) (nº=75)); Azul: xarope de carbocisteína (nº=66).
Um estudo multicêntrico, em dupla ocultação, aleatorizado e controlado por placebo, publicado no “Italian Journal of Pediatrics”, também investigou a eficácia de um xarope para a tosse com complexos moleculares naturais [2]. O xarope, um medicamento, continha polissacarídeos à base de plantas, mel e flavonoides. Foram incluídas no estudo 102 crianças com infeções no trato respiratório superior e com idades compreendidas entre os três e os seis anos. A tosse persistia há, pelo menos, sete dias, mas não mais de três semanas. Foram comparados os efeitos do xarope ativo com os de um xarope placebo.
O xarope ativo foi especialmente benéfico em crianças com tosse grave. No subgrupo de crianças com episódios de tosse frequentes ou muito frequentes, que causaram uma perturbação acentuada, a tosse melhorou por volta do 4.º dia após o início do tratamento em 13 das 14 crianças (93%), mas em apenas 7 das 13 crianças no braço do placebo (54%) (p=0,03). Definiu-se como melhoria a ausência de qualquer tosse até um máximo de dois curtos episódios de tosse de cerca de 10 minutos por dia.
Resumo: ambos os estudos evidenciam o efeito positivo da mucoproteção mecânica no alívio da tosse pediátrica associada a constipações. A melhoria da tosse noturna é especialmente digna de registo. A película protetora sobre a mucosa reduz o contacto com substâncias irritantes, bem como com micro-organismos e, consequentemente, promove a regeneração fisiológica. O uso do xarope é seguro e eficaz, sendo expectável o início da ação logo no primeiro dia do tratamento.
Conflito de interesses: T. Mück é funcionário da Sanofi.
Divulgação: Texto e publicação médica financiados por Sanofi Aventis Deutschland GmbH.